Os Elementos da Linguagem Visual

PONTO - LINHA - FORMA - COR - TEXTURA 

Como as imagens são construídas? Como podemos formar imagens? Quais são os elementos da linguagem visual? Se prestarmos atenção a um desenho, veremos que nele há pontos, linhas e cores. As imagens em artes visuais são constituídas por pontos, linhas, formas, cores, texturas que chamamos de elementos da linguagem visual. 

O PONTO
O ponto é o elemento mais simples da linguagem visual. Quando imaginamos um ponto, normalmente pensamos nele como um pequeno círculo. No entanto, o ponto pode ter outras formas, como um quadrado ou uma mancha, por exemplo. Então, o que é um ponto? É um elemento pequeno se compararmos com o restante da imagem; é o menor de todos os elementos da linguagem visual e, no entanto, com ele construímos imagens. Se o ponto estivesse unido a outro, e este a outro, e assim sucessivamente, o que veríamos seria uma linha. Um ponto isolado em uma obra chama muita atenção de quem observa. Quando se desenha ou se pinta uma obra usando muitos pontos, pode-se criar uma sensação de vibração.


AS LINHAS

Quando agrupamos os pontos muito próximos, em uma seqüência ordenada uns após os outros e de mesmo tamanho, causam à visão uma ilusão de direcionamento e acabamos visualizando-os como uma linha. As linhas podem ser classificadas como: 
  • ·        geométricas: são abstratas e tem apenas uma dimensão, o comprimento;
  • ·        gráficas: linhas desenhadas ou traçadas numa superfície qualquer;
  • ·        físicas: pode ser observada, principalmente, nos contornos dos objetos, naturais ou construídos, criada de maneira abstrata na forma de uma percepção visual ilusória e imaginária como fios de lã, fios de energia, rachaduras em pisos, horizonte etc.


A linha gráfica pode indicar a trajetória de um ou vários pontos de maneira contínua variando quanto:
  • ·          à espessura, (fina ou grossa);
  • ·          à forma (reta, sinuosa, quebrada ou mista);
  • ·          ao traçado (cheia, tracejada, pontilhada, traço e ponto, etc) e;
  • ·         à posição (horizontal, vertical ou inclinada).

A linha ou traço pode ser definida como o rastro que um ponto deixa ao ser deslocar no espaço, ou como uma sucessão de pontos, muito juntos uns aos outros. Pode ser grossa, fina, colorida, contínua, firme, fraca, interrompida, etc. há muitos tipos de linha. Cada tipo sugere uma sensação diferente.

• RETA. A linha reta traçada de maneira firme, contínua, pode dar uma impressão de rigidez e dureza.
CURVA. A linha curva, traçada da mesma maneira, pode sugerir suavidade e sinuosidade.
• VERTICAL. Indica equilíbrio. Aparece em muitas obras de arte como expressão de espiritualidade e elevação.
• HORIZONTAL. Indica repouso. Também pode expressar quietude.
• INCLINADA. Faz parecer que algo satã prestes a se movimentar. Sugere instabilidade, movimento.
• QUEBRADA. Indica movimento. Forma-se combinando-se linhas retas.
• ONDULADA. É um tipo de linha curva. Sugere movimento suave e rítmico.
• ESPIRAL. Indica um movimento envolvente, que vai do centro para fora ou o contrário. Também é um tipo de linha curva.
 

 Para saber mais

- Reta: linha ilimitada nos dois sentidos (sem começo ou fim) e possui uma única direção.
- Semi-reta: linha que parte de um ponto de origem e é ilimitada apenas num sentido de crescimento.
- Retas paralelas: linhas retas que não se cruzam e todos os seus pontos possuem a mesma distância.
- Retas perpendiculares: linhas retas que se cruzam tem “aberturas” iguais formando um “canto reto”
- Ângulo: é a “abertura” formada por duas linhas semi-retas que partem de um mesmo ponto.
- Curva: linha que muda o seu sentido de direção podendo ser sinuosa, quebrada ou mista.



As figuras ou formas

Forma: a forma é derivada da organização imaginária que damos a um conjunto de linhas dando um sentido de orientação espacial e de reconhecimento da imagem representada. A mesma forma pode se apresentar diferente para nossa observação de acordo com a referência visual da superfície em ela está. Existem três formas básicas: o círculo, o quadrado e o triângulo eqüilátero, cada qual com suas características e especificidades, exercendo no observador diferentes efeitos visuais e impressões quanto aos seus significados. As formas também podem se dividir em dois grandes grupos:

·Geométricas: figuras ordenadas perfeitamente (formas básicas, polígonos etc), não tão facilmente reconhecidos na natureza no seu estado mais puro;
·Orgânicas: formas ordenadas ou aleatórias em estruturas não geométricas, observadas principalmente na natureza, daí o seu nome (asa de inseto, folha de árvore, curso e ramificações de um rio etc).
Quando desenhamos uma linha fechada em uma superfície, separamos um espaço do resto do papel. Isso é uma figura. Em arte nem todas as figuras são delimitadas com uma linha. Também podem ser feitas com cores, texturas, papéis recortados, etc.
Há simples como o círculo, o triângulo, o quadrado, e figuras mais complexas. Quando vemos uma figura simples, podemos Recordá-la com facilidade e até reproduzi-la. No entanto, quando vemos uma figura complexa, precisamos olhar atentamente para poder identificar os elementos visuais, a construção, etc.
          
  Edvard Munch (O grito)                                              Tarcila do Amaral ( São Paulo)



A textura
As superfícies dos objetos são diferentes e podemos notar isso ao tocá-las. Uma rocha é áspera; o tronco de uma árvore é rugoso; o algodão é suave e macio. Para saber se um tecido, por exemplo, é liso ou áspero, não precisamos tocá-lo; basta olhar para ele. Esse aspecto da superfície dos objetos se chama textura.
A textura é explorada em arte de muitas maneiras. Na escultura, por exemplo, a textura pode ser sentida pelo tato. Um escultor pode talhar uma pedra e deixar zonas ásperas. Na pintura, também é possível conseguir diferentes texturas, usando-se camadas espessas de tinta ou pintando-se sobre uma superfície que tenha relevos. No desenho, não é possível fazer figuras com texturas diferentes, mas obter efeitos de texturas, com traços ou pontos repetidos, por exemplo. Nesse caso as texturas não são reais, ou seja, não são sentidas pelo toque.





Pontilhismo

O Pontilhismo (também designado por divisionismo), é uma técnica de pintura, saída do movimento impressionista, em que pequenas manchas ou pontos de cor provocam, pela justaposição, uma mistura óptica nos olhos do observador (imagem). Esta técnica baseia-se na lei das cores complementares, avanço científico impulsionado no século XIX, pelo químico Michel Chevreul. Trata-se de uma consequência extrema dos supostos ensinamentos dos impressionistas, segundo os quais as cores deviam ser justapostas e não entre mescladas, deixando à retina a tarefa de reconstruir o tom desejado pelo pintor, combinando as diversas impressões registradas. A técnica de utilização de pontos coloridos justapostos também pode ser considerada o culminar do desprezo dos impressionistas pela linha, uma vez que esta é somente uma abstração do Homem para representar a natureza. Esta técnica foi criada na França, com grande impulso de Georges Seurat e Paul Signac, no século XIX.


Perceba na obra abaixo (Tarde de domingo na Ilha de Grande Jatte, 1884-1886) a evidência de como a figura foi construída a partir de pequenos pontos. Observe também como Seurat conseguiu criar áreas de luz e sombra: os pontinhos amarelos nos dão a ideia de luz do sol; os pontinhos mais escuros nos sugerem as sombras causadas pelas copas das árvores e pelas sombrinhas das mulheres. 





Signac foi outro grande pintor que dominou a técnica pontilhista. Ele gostava de observar o movimento da água no mar e nos rios, e procurou registrá-lo em muitas de suas obras.

Observe em sua obra abaixo (A boia vermelha, 1895), os pequenos pontos coloridos que, colocados lado a lado, formam todo os elementos representados: o céu, as casas, as embarcações, a água, a boia e o reflexo de tudo isso na água.





No Brasil, diversos artistas, principalmente do período da Primeira República, utilizaram a técnica especialmente em paisagens e pinturas decorativas, como Belmiro de Almeida, Eliseu Visconti e Rodolfo Chambelland.




AS LINHAS

Quando agrupamos os pontos muito próximos, em uma seqüência ordenada uns após os outros e de mesmo tamanho, causam à visão uma ilusão de direcionamento e acabamos visualizando-os como uma linha. As linhas podem ser classificadas como: 
  • ·        geométricas: são abstratas e tem apenas uma dimensão, o comprimento;
  • ·        gráficas: linhas desenhadas ou traçadas numa superfície qualquer;
  • ·        físicas: pode ser observada, principalmente, nos contornos dos objetos, naturais ou construídos, criada de maneira abstrata na forma de uma percepção visual ilusória e imaginária como fios de lã, fios de energia, rachaduras em pisos, horizonte etc.


A linha gráfica pode indicar a trajetória de um ou vários pontos de maneira contínua variando quanto:
  • ·          à espessura, (fina ou grossa);
  • ·          à forma (reta, sinuosa, quebrada ou mista);
  • ·          ao traçado (cheia, tracejada, pontilhada, traço e ponto, etc) e;
  • ·         à posição (horizontal, vertical ou inclinada).

A linha ou traço pode ser definida como o rastro que um ponto deixa ao ser deslocar no espaço, ou como uma sucessão de pontos, muito juntos uns aos outros. Pode ser grossa, fina, colorida, contínua, firme, fraca, interrompida, etc. há muitos tipos de linha. Cada tipo sugere uma sensação diferente.

• RETA. A linha reta traçada de maneira firme, contínua, pode dar uma impressão de rigidez e dureza.
• CURVA. A linha curva, traçada da mesma maneira, pode sugerir suavidade e sinuosidade.
• VERTICAL. Indica equilíbrio. Aparece em muitas obras de arte como expressão de espiritualidade e elevação.
• HORIZONTAL. Indica repouso. Também pode expressar quietude.
• INCLINADA. Faz parecer que algo satã prestes a se movimentar. Sugere instabilidade, movimento.
• QUEBRADA. Indica movimento. Forma-se combinando-se linhas retas.
• ONDULADA. É um tipo de linha curva. Sugere movimento suave e rítmico.
• ESPIRAL. Indica um movimento envolvente, que vai do centro para fora ou o contrário. Também é um tipo de linha curva.
 

 Para saber mais

- Reta: linha ilimitada nos dois sentidos (sem começo ou fim) e possui uma única direção.
- Semi-reta: linha que parte de um ponto de origem e é ilimitada apenas num sentido de crescimento.
- Retas paralelas: linhas retas que não se cruzam e todos os seus pontos possuem a mesma distância.
- Retas perpendiculares: linhas retas que se cruzam tem “aberturas” iguais formando um “canto reto”
- Ângulo: é a “abertura” formada por duas linhas semi-retas que partem de um mesmo ponto.
- Curva: linha que muda o seu sentido de direção podendo ser sinuosa, quebrada ou mista.


Textura: é a qualidade impressa em uma superfície, enriquecendo as impressões e sentidos que teremos de determinada forma. A textura pode ser classificada de duas maneiras:  quanto à sua natureza e quanto à forma que ela se apresenta.

Quanto à natureza:
·         Textura tátil - é aquela que podemos tocar e sentir fisicamente a sua característica
peculiar pelo tato, como, por exemplo, o reboco granuloso de uma parede, a aspereza
de uma lixa, a lisura de uma cerâmica polida;
·    Textura ótica - é aquela existente apenas na ilusão criada pelo olho humano, como, por exemplo, a capa de um livro que reproduza a imagem de uma parede rebocada ou as imagens impressas num tecido que criam um padrão de textura reconhecido pela visão, mas não sentido pelo tato.

 Renoar




 Pollock



A Cor
Ao nosso redor há uma variedade enorme de cores. Se escutarmos a palavra “azul”, sabemos a que cor a pessoa que fala se refere. No entanto, há tantos tipos de cores azuis! O céu é azul-claro em um dia de sol. O mar, à distância, nos parece azul-escuro. Existe uma grande variedade de tons azuis: claros, escuros, esverdeados, violáceos. E o mesmo acontece com o laranja, o vermelho, o verde. Se existem tantas cores como podemos estudá-las?

Cores primárias e secundárias
Para estudar as cores, o primeiro passo é sabermos que existem cores primárias e secundárias.

As cores primárias são cores puras, sem mistura. É através das cores primárias que se formam todas as outras cores.

As cores primárias são VERMELHO-AZUL-AMARELO.

As cores secundárias são as que resultam da mistura de duas cores primárias.

As cores terciárias são obtidas misturando uma cor primária e uma secundária.
As cores terciárias são:
• Vermelho-alaranjado=combinação do vermelho+laranja.
• Amarelo-alaranjado=combinação do amarelo+laranja.
• Amarelo-esverdeado=combinação do amarelo+verde.
• Azul-esverdeado=combinação do verde+azul.
• Azul-arroxeado=combinação do azul+roxo.
• Vermelho-arroxeado=combinação do roxo+vermelho.
Cores Neutras
As cores neutras são o preto, o branco e o cinza.



  
Cores Quentes e Cores Frias As cores possuem seus valores de luminosidade.
Algumas são mais alegres, mais vivas, que classificamos de cores quentes.
As cores quentes nos lembram o fogo, o sol, e transmitem o arrojo, a aventura, o estímulo, o calor. Outras são mais escuras e tristes, que classificamos de cores frias, que classificamos de cores frias, e transmitem a calma, o repouso, o frio, a sombra.
As cores quentes são derivadas do vermelho e as frias derivam do azul.
A cor amarela é equilibrada. Os tons de roxo podem ser classificados como quentes ou frios, pois apresentam tanto azul como o vermelho.

Cores complementares – cores diametralmente opostas no círculo cromático.

Contraste de cores - o contraste é o efeito produzido pela oposição entre as cores, podendo ser: Complementar – resulta da aplicação de cores opostas no círculo cromático, ou Simultâneo – obtido pela aplicação de uma mesma cor sobre fundos diferentes e que provoca aparente mudanças de tonalidade, devido à interferência da cor de fundo sobre a cor aplicada.
• Monocromia – pintura feita utilizando apenas uma cor (matiz) com gradações (variações) de tonalidades.
• Policromia – pintura realizada utilizando-se várias cores (matizes)

Harmonia das cores
Harmonia é a combinação entre duas ou mais cores. São estas as principais maneiras de combinar cores:

Monocromia
É a harmonia conseguida quando utilizamos somente uma cor, com suas variações de tons, obtidas com o auxílio da cor branca ou preta.



Isocromia
È a harmonia conseguida através de uma cor e seus matizes.
Por exemplo: amarelo-alaranjado, amarelo-esverdeado, amarelo-amarronzado.

Policromia
É a harmonia conseguida através de várias cores.